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Simply by Cristina

Homemade Food & Photography

Simply by Cristina

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Iogurtes de Coco e Aveia...

À semelhança de outras receitas caseiras que andam aqui pelo Blog, o Iogurte é também uma daquelas coisas simples e descomplicadas de se fazer em casa.
Sem complicações e apenas com dois ou três ingredientes que quase todos temos sempre por casa. É perfeito, certo?
Imaginem agora comer o vosso próprio iogurte da forma que mais gostam, ao pequeno almoço ou ao lanche.
Pessoalmente, gosto do meu no lanche da manhã, se possível com frutos secos (avelãs ou nozes) ou frutos frescos, mas também com compotas feitas por mim. Isto sim, pode ser considerado...perfeição!
Sólidos ou líquidos, eles estão sempre no meu frigorífico, prontos a serem consumidos.
No Verão, confesso que sou mais preguiçosa, pois por vezes com as altas temperaturas eles acabam por azedar...e nesta época diminuo a sua confeção.
Mas, mal chega o Outono...aí regressam eles, em força!
Desta vez, o sabor escolhido foi o de Coco e Aveia, sempre sem açúcar e feitos com leite Magro.
Ora bem, vamos lá às minhas dicas para fazer Iogurtes caseiros:
1. No processo de fermentação dos iogurtes a temperatura é um fator fundamental. Se a mistura estiver demasiado quente, os microorganismos morrem e não se reproduzem, se estiver baixa, poderá não ser suficiente para que eles se reproduzam.
50ºC é a temperatura ideal para a fermentação decorrer nas melhores condições.

2. Leite: pode ser usado leite magro, meio gordo ou gordo.
3. Consistência, se usarem leite magro é conveniente deixar fermentar mais 2H, do que as habituais 10H. Este tempo é o que eu uso.

O leite em pó contribui para que os iogurtes fiquem com uma boa consistência, mas se usado em excesso pode alterar o sabor.
Quando o adiciono, o que é raro, nunca ultrapasso as 50g.

4. Utilizo sempre um iogurte natural de compra, com a máxima validade disponível, pois é esta validade que vai prevalecer nos iogurtes que vamos fazer.
Podem, também substituir por 1 iogurte de aromas.

5. Para fazer iogurtes com fruta fresca, esta deverá ser sempre pasteurizada, devendo para tal cozinhar-se a mesma e deixar arrefecer antes de juntar o leite.
Ver AQUI
Se não fizerem o arrefecimento, muito provavelmente os iogurtes ficarão talhados.
Se fizerem iogurtes naturais, mas quiserem sabor, distribuam compota do sabor que desejam por cada um dos copinhos e vertam por cima a mistura de iogurte natural para fermentar.
Desta forma, resulta sempre.

6. Fermentação, onde fazer? Se não tiverem uma iogurteira, eu não tenho, distribuam a mistura por copinhos de vidro esterilizados e com tampa.
Embrulhem numa manta polar e deixem a fermentar durante 10 a 12h dentro do forno desligado.
7. Se desejarem que fermente no copo da Bimby TM31, podem embrulhar o próprio copo na manta e só distribuir nos copinhos depois de fermentados.
Confesso que não gosto, pois após a fermentação no copo, ao deitar nos copinhos, o iogurte vai perder um pouco da consistência obtida.
A Bimby TM5 não necessita de manta para envolver o copo, pois ela tem na receita própria o modo de fermentação. Contudo, tem um senão, na minha opinião!
A Bimby tem que ficar ligada durante as horas necessárias, o copo fica ocupado e durante esse período não se pode fazer mais nada.
8. Costumo fazer os meus iogurtes à noite e fermentam durante esse período e de manhã é só colocar no frigorífico para refrescar.
Fácil!
 

Ingredientes:
1L de Leite magro
1 Iogurte natural
Aveia em flocos q.b.
80g Coco ralado

Preparação:
1. Colocar os frascos sem tampa no forno pré-aquecido a 100º durante 10Min., para esterilizar.
2.
Deitar no copo 500ml de leite e o Coco.
Programar 1Min./Vel.9

3. Adicionar o restante leite e voltar a programar 1Min./Vel.7
4. Juntar o Iogurte natural e programar 5Min./50º/Vel.3

5. Entretanto, deitar nos copos ainda mornos os flocos de Aveia.


Verter o preparado do Iogurte e fechar de imediato os frascos, mas com cuidado para que a espuma que foi criada pela pulverização do coco, não caia nos copos dos iogurtes.



6. No tabuleiro do forno, colocar uma manta polar aberta, ao centro colocar os frascos dos iogurtes.


Abafar.



Colocar dentro do forno DESLIGADO durante as horas necessárias.
Retirar do forno e colocar no frigorífico para refrescar.







Escarpiadas e Broas de Mel... de Condeixa-a-Nova!

No passado fim de semana, o despertador tocou às 5h da madrugada de domingo! Há dias assim...
O meu marido participou em mais uma prova: BlackBulls 100 , em Condeixa-a-Nova, na qual participou como atleta convidado com o seu amigo e treinador Tiago Aragão , envergando os dorsais 1 e 2, respetivamente... e lá fui eu, apoiar!


Se quiserem ler mais acerca desta prova, convido-vos a visitarem AQUI


Bom, mas o que me leva a escrever esta publicação é o misto de emoções que eu vivi naquele dia, principalmente durante a manhã.
Quando acompanho o meu marido em eventos deste tipo, gosto de aproveitar para conhecer o local que nos acolhe.
Aproveito sempre, o tempo em que ele está em prova da melhor forma.
Ás vezes também me leva para sítios que são uma verdadeira desilusão, mas este não foi o caso!
Mal se deu o arranque da partida, na Praça da República e com um dia de sol fantástico, comecei logo ali a minha aventura pedestre por Condeixa-a-Nova.


A partida da maratona realizou-se bem no centro de Condeixa, onde logo ali é bem visível a riqueza do património histórico e cultural desta bonita terra.
Com belíssimos edifícios cuidados, ruas limpas e cuidadosamente arranjadas, ornamentadas com flores e espaços verdes, pessoas extremamente simpáticas que por ali andavam e que me brindavam com sorrisos e votos de Bom dia, sem me conhecerem de lugar algum, conquistaram-me de imediato!
Pessoas simpáticas e acolhedoras.
Comecei por descer uma avenida que me mostrou logo um edifício religioso que naquele momento estava ainda fechado e logo de seguida a Câmara Municipal.


Demorei-me alguns instantes a contemplar aquela que uma horita depois se veio a revelar ser a Igreja Matriz de Condeixa-a-Nova e que foi o ponto alto deste meu dia. Já vos conto!


Como estava com fome, pois tínhamos saído de casa às 6h da manhã, volvidas mais de 3h a minha barriguinha deu sinal e decidi procurar uma Pastelaria, claro!
Passei por 2 locais onde poderia ter entrado, decidi avançar mais um pouco, passei pela Casa Museu Fernando Namora (ainda fechada, abriria apenas às 10h), fez-me logo tirar umas fotos, mas foi a terceira que me conquistou pelo aroma que espalhava pela avenida onde se encontra.


Para além disso, tinha escrito em forma de publicidade: Pastelaria, Pão quente Alidoce, fabrico próprio...estava no sítio certo!
O local estava repleto de pessoas que estavam sentadas nas mesas a degustarem os seus pequenos-almoços e uma fila de mais de 15 pessoas, junto ao balcão onde se encontravam dezenas de bolos bem apetitosos (resisti!), e uma farta oferta a nível do Pão! Bem...cada um melhor do que o outro!
Sentei-me na única mesa disponível no local, mesmo em frente aquela vitrina dos bolos!
Com toda a azáfama que ali estava instalada, a senhora que me serviu deu-me cerca de 5Min. para vir recolher o meu pedido. Decidi escolher meia de leite quentinha, um sumo de laranja natural e uma torrada de Pão de Girassol. Simplesmente fantástico!
Os meus olhos percorreram cada milímetro daquela montra, cada bolo foi devidamente inspecionado, os Pães com aquele aspeto caseiro davam vontade de comprar todos!
Enquanto, degustava aquele Pão de Girassol...as pessoas entravam e saíam de uma forma espantosa, fluída e os funcionários que as atendiam de um profissionalismo e simpatia incríveis.
Claro que não saí dali, sem estar munida das duas opções que mais me cativaram da doçaria tradicional regional:
as Escarpiadas


e as Broas de Mel


No capítulo dos doces, a Escarpiada é um doce à base de massa de pão, açúcar amarelo com canela e azeite e que vai depois ao forno embebida por uma calda de açúcar, esta é a iguaria típica.
Pouco se sabe acerca da origem secular deste doce, cuja receita tem passado oralmente de geração em geração.
Antigamente, era vendida em grandes porções, mas, na segunda metade do século XX, todos os padeiros da vila produziam as Escarpiadas em doses individuais. Um ex-líbris da gastronomia local.
"Não se sabe muito sobre as origens da Escarpiada, mas uma coisa parece certa: não se encontram em mais local nenhum, pelo que será seguro afirmar que se trata de um produto genuinamente de Condeixa." - Site da CMCondeixa
Uma delícia! Claro que chegar à receita original é difícil, mas segundo uma pesquisa que facilmente fiz na net encontrei esta que me pareceu a mais parecida.
Aqui fica:
Escarpiadas
Ingredientes:
Massa:
1kg de farinha
25g de açúcar
25g de manteiga
70g de fermento de padeiro
1 pitada de sal
água q.b.
Recheio:
Açúcar amarelo
Canela
Azeite
Preparação:
1. Colocar todos os ingredientes da massa no copo do robot de cozinha e misturar.
Adicionar água aos poucos até que a massa forme uma bola.
2. Colocar num recipiente, cobrir com um pano e deixar levedar, a massa aumenta para quase o dobro do tamanho.
3. Misturar o açúcar amarelo com a canela e colocar na bancada de trabalho.
4. Dividir a massa em pequenas bolas - a massa aumenta bastante de volume quando vai ao forno.
5. Abrir a massa no formato de um pequeno quadrado ou rectangulo e pressionar em cima da mistura do açúcar com a canela.
Colocar um pouco dessa mesma mistura e um pouco de azeite.
Para "fechar" a Escarpiada, dobrar as laterais um pouco para dentro e enrolar no sentido contrário.
Colocar num tabuleiro para ir ao forno e repetir o mesmo procedimento com o resto da massa.
6. Misturar cerca de 1 litro de água com açúcar, despejar por cima das Escarpiadas ainda cruas e levar ao forno durante cerca de 15 minutos a 220ºC.
Receita em vídeo:  YOUTUBE

Com muita pena minha, não consegui até ao momento encontrar nenhuma receita das Broas de Mel, mas se por acaso alguém souber, por favor entrem em contacto comigo. ;)
Adquiri as minhas iguarias na:
Pastelaria Alidoce
Largo Artur Barreto, nº8
Condeixa-a-Nova
Telef. 239 941 402

Depois de sair da pastelaria, tinha planeado visitar em primeiro lugar a Casa Museu Fernando Namora , mas rapidamente mudei de plano, pois avistei que a Igreja Matriz estava agora com as portas abertas.
Antes de entrar, decidi ir ler uma placa que se encontrava do lado esquerdo e nem queria acreditar no que os meus olhos liam...


Durante, muito tempo procurei saber mais acerca de uma Santa que também ela tem o meu nome... Cristina, a verdade é que durante esse tempo, as pessoas com quem falei muito pouco me sabiam dizer. Nunca tinha conseguido associar a esta Santa uma imagem...
Fiz sempre o que estava ao meu alcance para um dia estar a seus pés, contemplar a sua imagem e simplesmente agradecer...pois, não sou muito de pedir, agradeço!
Não sei porquê, mas sabia que esse momento ia ser especial, emocionante...
Imaginei-a quase sempre vestida de branco, mas no meu intimo desejava que estivesse vestida de rosa...a minha cor preferida.
E neste dia, numa rua de Condeixa, um edifício religioso lindo... ao entrar, no altar e vestida de rosa como eu a imaginara... tão linda, maravilhosa de cabelos compridos, tão perfeita e serena mesmo à minha frente...
Santa Cristina!


Confesso que chorei...lágrimas de alegria e de muita emoção, por finalmente ali estar mesmo a seus pés.
A Igreja vazia, eu e ela, unidas por um nome que adoro, o meu, o nosso e ali fiquei sentada a contempla-La e agradeci!
Agora, já sei um pouco mais acerca desta Santa Mártir...
Nesta vila de Condeixa-a-Nova ela é a Padroeira e fixou-se o dia 24 de Julho, como feriado municipal, em sua homenagem.
Aproximei-me o mais que pude de sua imagem... e vi todos os pormenores da sua imagem.
Sem saber...naquele momento...reparei que a pedra redonda ao seu lado, tinha umas cordas que estavam enroladas ao seu pescoço, na sua mão umas setas e deduzi que estariam ligadas à forma como havia sido martirizada...
Uma bela donzela cristã que foi torturada até a morte por homens pagãos que, como castigo, sofreram a fúria de Deus.



Depois desta emocionante visita, saí e dirigi-me à Casa Museu do ilustre Fernando Namora e mais uma vez fiquei rendida à forma como fui recebida pela funcionária de serviço que me acolheu, Isabel Freitas, a quem agradeço mais uma vez, que de uma forma esplendorosa me transmitiu os seus saberes e de uma forma apaixonante.
Sabem, aquelas pessoas que AMAM a sua profissão, que realmente têm a sorte de poder fazer o que realmente gostam? A Isabel Freitas é uma dessas pessoas.
Mal entrei, dirigiu-me um sorriso rasgado e acolheu-me de uma forma tão, mas tão simpática que mal começou o seu discurso me fez ficar vidrada em cada uma das palavras que lhe saiam de forma tão harmoniosa e fluida que só ouvindo, e só estando lá conseguirão perceber o quanto especial é.




O meu percurso escolar, já me tinha ensinado muita coisa acerca deste escritor, ou não fosse eu uma menina das Letras e confesso que a Literatura Portuguesa é uma das minhas paixões.
Mas, nunca sabemos tudo...e estamos sempre a aprender, é certo! E neste dia aprendi mais acerca do Fernando Namora, estive na sua casa, vi os seus pertences, pude com autorização fotografar o que me apeteceu, foi único!
Deixo-vos aqui algumas fotos, mas se vos for possível, visitem, vale muito a pena!







Lugares com ecos do Passado

"Tanto ou mais que as pessoas,
os lugares vivem e morrem.
Com uma diferença: mesmo se já mortos,
os lugares retêm a vida que os animou.
No silêncio, sentimos-lhes os ouvidos vigilantes
ou o rumor infatigável dos ecos ensurdecidos."

Fernando Namora 

Um dia maravilhoso, repleto de momentos emocionantes que culminou com um almoço tardio na companhia dos nossos amigos, mas que foi condição imposta por mim... um Leitãozinho da Mealhada, claro está! Se bem que a oferta do Cabrito assado em Condeixa...ficará para outra oportunidade, pois irei lá regressar!