O Pão Caseiro... e a Cestaria de Junça!
No Dia Mundial do Pão, uma homenagem...
É no interior Norte do nosso Portugal que o concelho que me viu crescer, Penedono, detém um rico património a nível da Cestaria Tradicional.
No meu Penedono, existe uma aldeia: Beselga que dá o seu nome à produção artesanal mais emblemática do concelho: a Junça da Beselga!
A arte da Cestaria Tradicional é representada por inúmeros artefactos, com formas e feitios distintos, trabalhados utilizando uma técnica muito própria que a distingue como única.
Os trabalhos em Junça da Beselga constituem a produção artesanal mais emblemática do concelho de Penedono.
A origem da matéria-prima nas serranias da região, terá contribuído para o desenvolvimento no local desta produção artesanal, que teve associados inúmeros usos ligados à vida quotidiana de outrora.
As mãos hábeis dos artesãos ceireiros colocaram, assim, esta produção nos mercados, constituindo importante fonte de rendimento, em complemento da agricultura, da pastorícia e de outras actividades domésticas.
Noutros tempos, o artesanato da Junça constituiu um sector de franca actividade.
Afirmavam-se diversos artesãos que nos brindavam com os seus diversos trabalhos, moldando a Junça com as suas mãos e a transformavam em ceiras, tapetes, cestos e chapéus.
Alguns destes, constituíam mesmo a base de sustento de diversas famílias, num verdadeiro complemento do trabalho agrícola.
Mas com o passar dos tempos... com as mudanças de hábitos, com o êxodo rural, a verdade é que se foram perdendo alguns dos valores de outrora. Contudo, com o esforço e dedicação que um povo tem em manter vivas as nossas tradições com vista a perpetuá-las no futuro, existe um esforço em manter vivo este belíssimo exemplar da cestaria tradicional portuguesa.
E com a vontade de um povo, nasceu um Museu em sua honra...
A Junça da Beselga é, também, o 7.º Produto Artesanal a ser certificado a nível nacional, o que muito nos orgulha.
Deste modo, hoje há que referir, no que respeita ao artesanato, que as ceiras e capachos em junça feitos na freguesia da Beselga são cada vez mais apreciados e procurados.
Sabem o que é a Junça?
A Junça é a matéria prima neste tipo de artesanato e não é mais que uma planta que nasce espontaneamente em algumas serras da região.
Depois de colhida, é transportada para a aldeia e é exposta aos últimos raios de sol outonal para secar.
Seguidamente, é guardada nos palhais ou em lojas para, molhada a molhada, ir saindo, à medida que é necessária para o seu uso.
É então, trabalhada com mestria e carinho e dá origem a maravilhosos produtos como a linda ceira que está presente nestas fotos a acompanhar o meu Pão Caseiro.
A Ceira de Junça foi-me oferecida pela minha Avó, quando eu tinha 6 anos.
Foi para a Romaria da Santa Eufêmia, que se celebra a 16 de Setembro, que a minha Avó ma comprou para eu participar na Procissão.
Sei que a partir desse dia, nunca mais larguei a minha ceirinha.
Era usual, naquela época, fazermos novenas e levarmos o nosso lanchinho naquelas cestinhas.
Enquanto, as Avós e tias rezavam no percurso até ao Santuário, eu e a minha irmã, juntamente com as primas e amigas de infância, traquinas, não rezávamos nada e comíamos entre gargalhadas e pequenos sprints os lanches que orgulhosamente transportávamos nas nossas ceirinhas.
Naquela altura, em tenra idade, nem sabíamos o tesouro que tinhamos ali em mãos.
Hoje, entre saudades daqueles tempos e um orgulho imenso das minhas origens, leva-me a guardar estes objectos que me são tão preciosos, como um tesouro de valor inestimável.
Aos Artesãos...
São seres quase mágicos... os artesãos.
De um pedaço de pouco, fazem muito.
Enrolam com os dedos, agitam as mãos em feitiços silenciosos, afagam com a sua pele a matéria prima.
Cada objeto é um.
Cada objecto é da sua mão.
Cada objeto nasce como por magia.
E todos eles exercem em nós esse supremo fascínio.
É desta forma simples que homenageio os Artesãos.
E aos nossos mágicos da Beselga: MUITO OBRIGADA por através dos vossos produtos me fazerem viajar nas memórias de outros tempos!
Ingredientes:
350ml água
7g Fermento em pó Vita D, LALLEMAND ou FERMIPAN
1c. sopa de Farinha de Bolota em pó, SABORES A GRANEL
300g Farinha de Centeio
250g Farinha Integral
1c. sopa de Azeite
1c. chá de Sal
1c. chá de Açúcar
Preparação:
1. No copo da Bimby, deitar a água, o azeite, o fermento e o açúcar.
Programar 2Min./37º/Vel.2
2. Adicionar os restantes ingredientes.
Programar 2Min./Vel.Espiga
Retirar e colocar num recipiente para levedar até dobrar de volume.
3. Após o tempo de levedação estar concluído, amassar para que a massa perca as bolhas de ar.
Dar a forma desejada e colocar num tabuleiro onde irá ao forno e deixar a massa descansar 30Min.
4. Pré-aquecer o forno a 200º
Assar cerca de 30Min. ou até ter a cor desejada.
Deixo-vos o convite para visitarem Penedono e se aceitarem o convite, avisem-me, terei todo o gosto em vos receber.
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