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Simply by Cristina

Homemade Food & Photography

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Pitos de Santa Luzia... um recheio em clausura!

Pois é, pois é... a Língua Portuguesa ás vezes consegue ser um bocadinho tramada...bem, não sei se é a Língua em si ou a nossa mente que nos desvia para sítios diferentes daqueles que nós pretendemos percorrer.
Eis a frase que hoje, reza a tradição, mais se deve ter ouvido lá por Vila Real:
Hoje, é dia de dar o Pito!
Sim, sim... o Pito e não é o Frango no Churrasco, não!
A sério! É que é mesmo o Pito, esse mesmo que estão a pensar, ora pois!
O Pito de Santa Luzia!
E para que não haja cá confusões e mal-entendidos passo já a informar...só para quem ainda não sabe que o Pito é um pastel “grosseiro, de massa de cor amarela esbranquiçada e o seu formato faz lembrar uma trouxa, com recheio de abóbora e canela.”
Delicioso, crocante e irresistível!
Pelo Blog já anda uma receita desde os primórdios, AQUI mas hoje apeteceu-me refazer, aumentar a dose de forma a cumprir a tradição!


A 13 de Dezembro, em Vila Real celebra-se o Dia de Santa Luzia, protetora dos olhos e há uma tradição que se lhe associa:
Neste dia de Santa Luzia, manda a tradição que as raparigas da cidade ofereçam o Pito aos rapazes seus eleitos, para que no dia 3 de Fevereiro, dedicado na liturgia a São Brás, os rapazes retribuam a oferta com a Gancha. Para que não haja confusões, convém referir, que o Pito é um bolo com recheio de doce de abóbora e canela, a Gancha um rebuçado em forma de báculo bispal.
 
Mas vamos lá então à receita!
Ingredientes:
275g Farinha T55
100g Margarina para fins culinários
65ml água
Doce de Abóbora com canela, para rechear qb
Preparação:
1. Colocar no copo a manteiga e a água e programar 2Min./37º/Vel.2
 
 
2. Adicionar a farinha e programar 2Min./Vel. Espiga
 

3. Numa superfície polvilhada com farinha, formar uma bola e em seguida estender a massa finamente.
Com uma carretilha (se não tiverem...usar uma faca) cortar quadrados com cerca de 12x12cm.
 
 
4. Rechear cada quadrado com 1c. de chá de doce de abóbora. 
 

Unindo, depois as quatro pontas ao centro, de forma a obter uma trouxa.  
 
 
5. Colocar as trouxas num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Levar ao forno pré-aquecido a 180º/15Min.
 




 
Curiosidade:
Os Pitos de Santa Luzia foram inventados por Ermelinda Correia, que veio a ser mais tarde a Irmã Imaculada de Jesus, natural de Vila Nova, em Folhadela. Esta rapariga tinha "um defeito": era muito gulosa, o que obrigou seus pais a enclausurarem-na no convento de Santa Clara de Vila Real, na esperança de transformar a sua pecaminosa gulodice, em virtude. 
 
 A Irmã Imaculada tornou-se devota de Santa Luzia, padroeira dos cegos e das coisas da vista.
Um certo dia estava a irmã a aplicar os curativos nos seus doentes (feridas, contusões e inchaços nos olhos), com uns pachos de linhaça, que não eram mais que uns quadrados de pano cru onde se colocava a papa, dobrando as pontas para o centro para não verter a poção (usados como pensos para os ferimentos)… quando de repente teve uma visão! 
 
Correu para a cozinha e fez a massa de farinha e água e cortou-a em pequenos quadrados.
Tinha consigo o cibo do açúcar que lhe cabia na ração e fez uma compota de abóbora com canela.
À imagem dos pachos dobrou a massa por cima da compota e levou ao forno a cozer.
A seguir despachou-se a esconde-los, pois estava proibida de ser gulosa.
 
A caminho cruzou-se com a madre superiora que era cega. A madre perguntou desconfiada, o que levava no tabuleiro. Cheirando o perfume adocicado, a Irmã Imaculada apressa-se a responder que são pachos de linhaça para os doentes do dia seguinte.
 
À noite na cela, a irmã Imaculada sossegou a alma e nem sequer se sentia culpada, pois sempre ouviu dizer que "do que não se vê, não se peca". 
 
O dia 13 de Dezembro consagra à Irmã Imaculada de Jesus a criação destes doces regionais, e ainda hoje é celebrada esta tradição, na capela de Vila Nova.” 

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